sexta-feira, 29 de maio de 2009

No.Veterinário

O peixe tava doente.
Ele não se mexia, ficava lá no fundo do aquário e dormia em cima de uma florzinha.
Eu não gosto de peixe. Os olhos, um de cada lado, me dão uma impressão estranha. Adoro o mar, rio, represa, onde tiver água, você me vê, mas se eu lembrar que tem peixe... Se eu ver que tem peixe então... Ai ai ai... Entro cismada, meio que pedindo licença. Se encostou em mim... Já era, eu saio.
Não é frescura. Eu juro. Não tenho piti nem nada dessas coisas, mas eu não chego perto. Cada um na sua.
Eu tento. Já tentei pegar, fazer de conta que não é comigo, mas não dá... E pescar então? Que desespero, mistura a dó com o medo, coisa horrível.
Mas o peixe aqui de casa tava doente e essa dó me fez ligar no Pet Shop:

"-Tem remédio pra peixe?"
"-Depende. O que ele tem?
"-Não sei, ele tá xoxo, não sai do fundo do aquário, tem um negócio branco nele..."
"-Olha, você vai ter que falar com o veterinário..."

Hein? Veterinário? Como é que eu levo no veterinário?

Ligo pro veterinário, conhecido da família, cuida dos bichinhos aqui de casa:

"-Então... O peixe tá jururu, não sai do fundo do aquário, tem um negócio branco perto da nadadeira..."
"- É aquele beta? Traz ele aqui!"

AiminhaNossaSenhora

"-Mas vai de carro? Como é que vai segurar ele? Esse aquário vai virar..."
...
Lá fui eu, rua abaixo com o aquário na mão, andando devagarinho pra não enjoar o peixe e matá-lo no meio do caminho.

Chegando lá, uma senhora com um cachorro desses vira latas lindos com olhos cor de mel, amarrado numa corda, uma adolescente e um lhasa fresco, um pastor ofegante e um dono apressado. Todo mundo me olha com cara de interrogação. Chego no balcão, boto o peixe na frente do telefone:

"-Oi, tudo bem? Eu liguei hoje de manhã e..."
"-Ah o peixe, pera aí que eu vou chamar o Cláudio."

Se eu estivesse com um cachorro, nessa hora, tava fazendo carinho nele e não precisava me importar com todo mundo me olhando. Ia fazer o quê com o peixe? Nem gracinha se faz com peixe. Paguei R$ 15,00 no kit peixe, aquário decorado e comida contra minha vontade e agora tava lá, aguardando por uma consulta com urgência com o veterinário. Aquilo ia me custar o olho da cara.

"-Deixa eu dar uma olhada..."

O veterinário chega e vai direto pro peixe, todo mundo olha com cara de raiva, como se o fato de ter cachorro desse o direito de ser atendido primeiro.

"- É o aquário tá limpinho... Ele tá se alimentando normalmente?"
"-Demora um pouco mais, mas acaba comendo tudo, eu dou uma bolinha a mais do que o que foi recomendado, 3 é muito pouco, coitado..."
O apressado do Pastor Alemão dá uma risada de pouco caso.
"-Pera lá..."
O veterinário sai, o apressado do Pastor Alemão fica bravo e briga com a recepcionista:
"-Pô mas eu cheguei primeiro."
A adolescente também fica estressada e o cachorro dela nem sai da pose original.
E a senhora do vira lata solta:
"-Peixe se joga na privada e pronto."

Tá certo que eu não gosto de peixe, mas aquele era o MEU peixe. Antes que eu pudesse responder alguma coisa, a recepcionista responde com cara de paisagem:
"-Acontece que ela marcou horário."

Só faltou eu mostrar a língua pra ela, mas o veterinário chegou com uma caixinha branca e rosa:
"-Olha, coloca uma gotinha na água, uma gota só, vai fazendo isso até ele melhorar, mas ele não dura muito, é muito velho, já tem mais de 2 anos, nunca vi beta durar tanto. Qualquer coisa é só ligar."
E voltou lá pra dentro.
"-Quanto eu devo?"-Perguntei já com o punhal perto do coração
A mocinha foi lá dentro e voltou bem rapidinho
"-R$ 3,50."
"-Sóóóó´?"
"-É o valor do remedinho..."

Deixei R$ 5,00 e antes que ela pensasse em dar o troco já fui pegando o Sr. Thompson (é o nome do peixe) e fui andando e agradecendo.
Na rua, me peguei falando com o peixe:
"-A gente mostrou pra eles, né, Sr. Thompson? Privada... Joga aquele óculos brega dela na privada e aquela corda de varal junto... Folgada..."
O Sr. Thompson tá melhorando, ele é um fofo, molesta as florzinhas e avança nas bolinhas de água. Vai morrer gordo, porquê aumentei as bolinhas dele de 4 pra 5.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Na.Bolsa

Fiquei pensando e achei que deveria me apresentar, sei lá, falar um pouco de mim.
Dizem que o conteúdo da bolsa de uma mulher revela muitos segredos e diz quem ela é, então tá aí a minha bolsa:

Provavelmente, após olhar essa foto vocês concluíram que sou mãe, esposa, mulher, filha, madrinha, neta, irmã, amiga, cunhada e nora. Tudo necessariamente nessa ordem.

Puderam ver que o sorriso vem fácil e a lágrima também. Que sou desastrada, espaçosa e ansiosa. Vivo de regime e vivo saindo do regime.

Cuidadosa, zelosa, meticulosa, neurótica, perua, vaidosa. Pra sempre terei 15 anos apesar de achar que os 30 estão me caindo super bem.

Criativa, preguiçosa, inteligente e curiosa. Amo a arte, os animais e o lar. Amo a família e o que me tornei depois de ter a minha. Me amo do jeito que eu sou, apesar que uns quilinhos a mais não fariam mal. Amo a maternidade e curto cada momento. Amo viver, não perco um só minuto, não perco oportunidades. Da minha boca você ouvirá mais "sim" do que "não". Apesar de ter prometido falar "sim" a muitas coisas que minha mãe disse "não" e não cumpri essa promessa. (Agora entendo que o não é necessário e que é muito mais difícil do que falar sim).

Agora vocês já sabem, mas devem ter visto tudo isso na minha bolsa. Tá aí, pra quem quiser ver.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

No.Primeiro Post

Tava querendo fazer um hiper mega post. Daqueles antológicos, que ficarão pra posteridade.
Não vai rolar.
Nem vai rolar festa, uhhus, uebas, uaus... Uma andorinha não faz verão, já dizia a minha avó. Só botei uma fotinha aqui pra registrar, pra não ficar em branco, mas logo vou festejar novas experiências e novos amigos no.Meu Blog e na.Minha Vida.
Esse blog é sobre meu dia a dia, o que eu vejo, o que eu gosto, o que eu penso. Se eu achar legal, vou lá e posto. Se não quiser postar, não posto e pronto.
O layout vai ficar assim, simplinho, porquê faltam habilidades em html. Se alguma alma piedosa e talentosa quiser doar um layout, aceito. Com o tempo ele vai tomando forma, ficando com a minha cara.
Vamos ver no que vai dar. Tá feito.